Ao final da década de 20, do século 20, o cinema era um sucesso mudo. Fora das salas de projeção, os sons do jazz entusiasmavam as pessoas nas ruas, bares, restaurantes, teatros, salões de jogos.
Em 1927, Jerome Kern - um dos cinco maiores compositores populares dos EUA - leva à Broadway sua obra-prima Show Boat, texto e música são inspirados no cenário natural de Nova Orleans. O espetáculo de Kern reunia um magnífico conjunto de canções inesquecíveis: Why do I Love You, Make Believe, Bill, Can´t Help Lovin´ Dat Man e Old Man River, todas celebradas por vozes e instrumentalistas famosos. Nesse mesmo momento, o Cotton Club, no Harlem, recebia a orquestra de Duke Ellington. Criava-se a Columbia Broadcasting Systen, Carl Sandburg lançava The American Songbag e a Biblioteca do Congresso dos EUA iniciava seu célebre "Arquivo da Canção Folclórica Americana", no qual o jazz se tornaria parte fundamental. Em março deste mesmo ano é criada a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O Oscar só viria em 1932.
Este é o ano em que o Cinema anuncia o lançamento de um filme "todo ele sonoro, falado e cantado". Público e críticos se diziam estupefactos. Uma verdadeira revolução técnica, econômica e artística. Desde 1890 que se testavam diversos sistemas de sincronização do som e da imagem. Agora, era definitivo.
No dia 6 de outubro de 1927, em Nova York, estréia The Jazz Singer (O Cantor de Jazz). Por ironia, o único estúdio cinematográfico que ousara tal experiência foi a Warner Bros, empresa a beira da falência. O preconceito racial estava no auge nos EUA. As apostas pendiam mais para o insucesso da invenção. Mas a Warner apostou no filme tudo que lhe restava. Essa ousadia tinha raízes no ano anterior, quando a mesma Warner produziu Dom Juan, um filme que compotava algumas partes cantadas.
Foi a Warner Bros, quem captou do mundo externo, nos seus estúdios, a importância da música diferente que balançava os EUA e chegara aos salões da Europa. O projeto de O Cantor de Jazz percorreu curioso caminhos. Começa com a sua história: Rabinowitz é um cantor judeu nas celebrações de sua igreja. Ele sonha em ser substituído por seu filho Jakie. Mas o jobem prefere freqüentar os bares onde uma nova música faz furor. Era o jazz. Por isso, Jakie é expulso de seu lar.
Inicia uma carreira de cantor de jazz, logo faz sucesso. Para desgosto do pai. Para melhor interpretar a música dos negros, Jakie pinta-se de preto e adota o nome de jack Robin. É ele, agora, estrela do music-hall. Seu pai fica muito doente e Jakie, ou Jack, corre para obter o seu perdão. Junto ao leito do pai, jazz negro e folclore iídiche se reconciliam. É uma variação da volta do filho pródigo. O público vê, ouve e chora. O repertório de canções do filme é meloso e, o ritmo, uma mistura de negro e branco.
O roteiro de Al Cohn não é melhor que a peça original de Samson Raphelson. A fotografia de Hal Mohr é banal e o filme é mesmo uma peça de teatro musicado. A novidade é ser cinema sonorizado, falado e cantado.
A Warner escolheu para o papel principal o ator e cantor Al Jolson, cujo rosto é pouco conhecido sem a tinta preta. Quando Jolson diz Hello Man! a platéia ri e repete "Hello Man!" - uma expressão típica dos músicos de jazz. A Warner superou sua crise financeira e o cinema nunca mais se calaria.
Após O Cantor de Jazz vieram Luzes de Nova Iorque e Singing Fool, com o mesmo Al Jolson. A Europa só conheceria o filme sonorizado em 1929. Atrás desse painel oculta-se a figura de Alan Crosland, um obscuro diretor e produtor de cinema que a Warner mantinha em plano secundário no seu cast de técnicos. Crosland, no entanto, estava permanentemente interessado na tecnologia cinematográfica. Seu interesse levou-o a dirigir os primeiros filmes falados da Warner. Os biógrafos do Cinema constumam menosprezar o talento e a coragem do discreto Crosland, ironizando seu currículo. Ele fez de O Cantor de Jazz o estrondoso sucesso que se sabe. Crosland foi, ainda, jornalista, crítico de teatro, publicitário dos estúdios de Tomaz Édison. Seus filmes posteriores não tiveram importância. Crosland morreu num desastre de automóvel.
O som trouxe para o cinema um valor indispensável. Esse valor atraiu a música popular americana e o jazz.
Em 1927, Jerome Kern - um dos cinco maiores compositores populares dos EUA - leva à Broadway sua obra-prima Show Boat, texto e música são inspirados no cenário natural de Nova Orleans. O espetáculo de Kern reunia um magnífico conjunto de canções inesquecíveis: Why do I Love You, Make Believe, Bill, Can´t Help Lovin´ Dat Man e Old Man River, todas celebradas por vozes e instrumentalistas famosos. Nesse mesmo momento, o Cotton Club, no Harlem, recebia a orquestra de Duke Ellington. Criava-se a Columbia Broadcasting Systen, Carl Sandburg lançava The American Songbag e a Biblioteca do Congresso dos EUA iniciava seu célebre "Arquivo da Canção Folclórica Americana", no qual o jazz se tornaria parte fundamental. Em março deste mesmo ano é criada a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O Oscar só viria em 1932.
Este é o ano em que o Cinema anuncia o lançamento de um filme "todo ele sonoro, falado e cantado". Público e críticos se diziam estupefactos. Uma verdadeira revolução técnica, econômica e artística. Desde 1890 que se testavam diversos sistemas de sincronização do som e da imagem. Agora, era definitivo.
No dia 6 de outubro de 1927, em Nova York, estréia The Jazz Singer (O Cantor de Jazz). Por ironia, o único estúdio cinematográfico que ousara tal experiência foi a Warner Bros, empresa a beira da falência. O preconceito racial estava no auge nos EUA. As apostas pendiam mais para o insucesso da invenção. Mas a Warner apostou no filme tudo que lhe restava. Essa ousadia tinha raízes no ano anterior, quando a mesma Warner produziu Dom Juan, um filme que compotava algumas partes cantadas.
Foi a Warner Bros, quem captou do mundo externo, nos seus estúdios, a importância da música diferente que balançava os EUA e chegara aos salões da Europa. O projeto de O Cantor de Jazz percorreu curioso caminhos. Começa com a sua história: Rabinowitz é um cantor judeu nas celebrações de sua igreja. Ele sonha em ser substituído por seu filho Jakie. Mas o jobem prefere freqüentar os bares onde uma nova música faz furor. Era o jazz. Por isso, Jakie é expulso de seu lar.
Inicia uma carreira de cantor de jazz, logo faz sucesso. Para desgosto do pai. Para melhor interpretar a música dos negros, Jakie pinta-se de preto e adota o nome de jack Robin. É ele, agora, estrela do music-hall. Seu pai fica muito doente e Jakie, ou Jack, corre para obter o seu perdão. Junto ao leito do pai, jazz negro e folclore iídiche se reconciliam. É uma variação da volta do filho pródigo. O público vê, ouve e chora. O repertório de canções do filme é meloso e, o ritmo, uma mistura de negro e branco.
O roteiro de Al Cohn não é melhor que a peça original de Samson Raphelson. A fotografia de Hal Mohr é banal e o filme é mesmo uma peça de teatro musicado. A novidade é ser cinema sonorizado, falado e cantado.
A Warner escolheu para o papel principal o ator e cantor Al Jolson, cujo rosto é pouco conhecido sem a tinta preta. Quando Jolson diz Hello Man! a platéia ri e repete "Hello Man!" - uma expressão típica dos músicos de jazz. A Warner superou sua crise financeira e o cinema nunca mais se calaria.
Após O Cantor de Jazz vieram Luzes de Nova Iorque e Singing Fool, com o mesmo Al Jolson. A Europa só conheceria o filme sonorizado em 1929. Atrás desse painel oculta-se a figura de Alan Crosland, um obscuro diretor e produtor de cinema que a Warner mantinha em plano secundário no seu cast de técnicos. Crosland, no entanto, estava permanentemente interessado na tecnologia cinematográfica. Seu interesse levou-o a dirigir os primeiros filmes falados da Warner. Os biógrafos do Cinema constumam menosprezar o talento e a coragem do discreto Crosland, ironizando seu currículo. Ele fez de O Cantor de Jazz o estrondoso sucesso que se sabe. Crosland foi, ainda, jornalista, crítico de teatro, publicitário dos estúdios de Tomaz Édison. Seus filmes posteriores não tiveram importância. Crosland morreu num desastre de automóvel.
O som trouxe para o cinema um valor indispensável. Esse valor atraiu a música popular americana e o jazz.
Comentários