Sem ter sido, essencialmente, um cantor de jazz, Frank Sinatra era o preferido dos músicos de jazz. Costumava dizer que para se inspirar ouvia Billie Holiday, Sarah Vaughan e Louis Armstrong. Afirmava que com Billie passou a valorizar cada palavra do letrista, habitualmente esquecido pelos intérpretes. Ouvindo Sarah, ele aprendeu a colocar adequadamente o seu poderoso e invejável timbre de voz. Munido de sorte, The Voice trabalhou com os maestros Tommy Dosey e Axel Sthordal, responsáveis pelos sensíveis e belíssimos arranjos das gravações de Sinatra dos anos 40.Isto é conversa para colecionador.
É pequena, porém, expressiva, a discografia de Sinatra no jazz. Ele gravou com Ella Fitzgerald, Count Bassie, Duke Elllington, Ray Norvo e Billy May, Sinatra confessava abertamente sua admiração pelas vozes de Jonhny Hartman,Nat King Cole, Bing Crosby e Tony Bennet, mas nenhum destes teve o privilégio de gravar um disco com ele, exceção que The Voice concedeu a Rosemary Clooney e Ella Fitzgerald. Sinatra gostava de exibir o seu talento musical regendo as orquestras que acompanharam os cantores . Dean Martin e Rosemary Clooney são exemplos disso.
O sonho americano se chamou The Voice, e também Blue Eyes. Morreu seu ícone, Frank Sinatra. Os apelidos dizem da imagem, orgulho e prazer que o cantor representava para os americanos, tal a força que essa voz emitia e se espalhou pelo planeta, e, graças a isso, Frank é incomparável e imortal em cada melodia que interpretou.
Em Sinatra tudo foi maior. Em sua biografia habitam ligações perigosas com presidentes dos Estados Unidos, mulheres, máfia italiana e jornalistas. Com os primeiros, brigou. As damas ele as agrediu de várias formas (dentre elas estavam quatro esposas). Para os jornalistas ele reservou sopapos e palavrões. O lado sacana de Frank seus assessores cuidavam de espantar com belos álbuns do cantor, cuja magia podia estar nas interpretações históricas de The Voice, como: My funny Valentine, Night and Day, You go to my head , aquelas baladas que enfeitiçaram corações vazios, tanto quanto os corações apaixonados.
Sinatra amava o Brasil e aqui esteve por duas vezes. Veio ao Hotel Maksoud em São Paulo e ao Rio de Janeiro, onde cantou no Maracanã, saindo de lá direto para o livro de records mundiais, graças a um público de cento e setenta mil pessoas, que o aplaudiram e choraram quando cantou New York, New York. Foi o show do século.
A simpatia pelo Brasil, a alta vendagem dos seus discos aqui e o fenômeno da Bossa Nova, apoiaram o entusiasmo de Sinatra por fazer um disco brasileiro. Foram feitos dois, juntando no mesmo estúdio de gravação, nos Estados Unidos, Francis Albert Sinatra e o nosso saudoso e genial Antonio Carlos Jobim. Mas a referência de Sinatra com o Brasil é mais antiga. Em 1946 Sinatra gravou "The Coffe Song" ("Tem muito café no Brasil"), que fez parte de um programa de divulgação do governo brasileiro para vender o nosso café no exterior.
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