Ele é considerado um dos grandes mestres na utilização das cores. O pintor francês Henri Matisse (1869-1954) lembra Debussy e seu Prélude: simplifica a pintura, tornando-a plana, sem profundidade, mas intensamente comprometida com as cores. Sua luz é de tal maneira intensa que o seu médico recomendou trabalhar utilizando óculos escuros. Matisse adotou uma técnica à qual denominou papier découpe (papel recortado). Projetou e pintou figuras, recortou e as colou em pranchas. Começou com La Danse e La Musique e fechou esse círculo de papel e tesoura com um álbum contendo 23 pranchas, num total de 250 exemplares numerados e autografados pelo artista. O álbum chama-se Jazz.
Jazz é um trabalho artesanal de Matisse. O tema ele escolheu sob a explicação de que jazz é uma música artesanal e assim deveria ser reproduzida. As pranchas mostram figuras humanas, desenhos e estrelas, asas, animais, figuras lembrando plantas do fundo do mar. Enfim, um universo muito amplo para a imaginação do espectador. No álbum de Henri Matisse o que importa é a cor, um exercício de sensações do artista mergulhado na sua própria revolução. Para ele, o decorativo na obra de arte era qualidade essencial, própria da modernidade. Chamado a explicar suas colagens, Matisse resumiu: "Um artista não deve jamais ser prisioneiro". Picasso tinha-o em primeiro lugar em suas preocupações modernizadoras.
Jazz, de Matisse, foi considerada uma das obras gráficas mais importantes do Século 20. E a mais instigante leitura de jazz pelas artes plásticas. Sua atualidade é impressionante. O álbum Jazz, de Matisse, foi exibido no Espaço de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo em 1993.
O namoro com o jazz tornou Henri Matisse conhecido como o apóstolo de formas otimistas. O álbum Jazz acrescentou à sua obra mais luzes e alegria.
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