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Mostrando postagens de 2008

Carla Bley em Vitória

Carla Bley tinha 20 anos de idade quando ouviu pela primeira vez João Gilberto e Antonio Carlos Jobim. Aos 72 anos confessa seu encantamento pela música brasileira, e acentua essa emoção afirmando que o mundo desaba de paixão pela MPB. A pianista e compositora Carla Bley terá a oportunidade de provar isso ao se apresentar para o público capixaba no próximo dia 25, na primeira das três noites do Tim Festival. A pianista norte-americana, nascida na Califórnia, exibe um alto e confiável conceito profissional. Sua múisca não é um produto de fácil digestão, alinhada nas modernas concepções de Lennie Tristano a Bill Evans. Carla Bley viaja em experiências que identificam nela a busca do novo, inspirando-se no free jazz apimentado de rock casado com o pop. Críticos de berço ortodoxo excluem sua inventiva, enquanto noutra face ela se impõe pelo estilo próprio. Carla diz que só faz o que quer e no que acredita. A pianista derrama-se de amores pela música brasileira, que ela, agora, conhece bem

A mágica presença de Sinatra

Sem ter sido, essencialmente, um cantor de jazz, Frank Sinatra era o preferido dos músicos de jazz. Costumava dizer que para se inspirar ouvia Billie Holiday, Sarah Vaughan e Louis Armstrong. Afirmava que com Billie passou a valorizar cada palavra do letrista, habitualmente esquecido pelos intérpretes. Ouvindo Sarah, ele aprendeu a colocar adequadamente o seu poderoso e invejável timbre de voz. Munido de sorte, The Voice trabalhou com os maestros Tommy Dosey e Axel Sthordal, responsáveis pelos sensíveis e belíssimos arranjos das gravações de Sinatra dos anos 40.Isto é conversa para colecionador. É pequena, porém, expressiva, a discografia de Sinatra no jazz. Ele gravou com Ella Fitzgerald, Count Bassie, Duke Elllington, Ray Norvo e Billy May, Sinatra confessava abertamente sua admiração pelas vozes de Jonhny Hartman,Nat King Cole, Bing Crosby e Tony Bennet, mas nenhum destes teve o privilégio de gravar um disco com ele, exceção que The Voice concedeu a Rosemary Clooney e Ella Fitzger

As influências do Jazz

A espontaneidade do Jazz expandiu-se em inúmeras manifestações culturais. A música erudita e a música popular, a literatura, a dança, as artes plásticas, o cinema, o teatro, a ópera, a moda , a culinária, etc ... A música democrática É natural que tanto a música popular quanto a erudita recebessem o maior impacto dessa influência. Realçado o fato de que no Novo Mundo a melodia e o ritmo da África encontraram um amplo e confortável berço para o seu entrelaçamento com a harmonia européia, produzindo formas musicais distintas a partir desse entendimento. Culpado disso foi o blues, que se tornara a linguagem musical mais fluente dos negros. Nesse contexto, reserve-se ao piano uma poderosa presença. O piano representava o papel de objeto de desejo e de maior prestígio nas residências nos salões alegres e sociais da América. "Um símbolo de respeitabilidade e superioridade cultural", como afirma o músico e escitor Yehudi Menuhim em "A Música do Homem". O piano transportou

O Jazz decoupé de Matisse

Ele é considerado um dos grandes mestres na utilização das cores. O pintor francês Henri Matisse (1869-1954) lembra Debussy e seu Prélude : simplifica a pintura, tornando-a plana, sem profundidade, mas intensamente comprometida com as cores. Sua luz é de tal maneira intensa que o seu médico recomendou trabalhar utilizando óculos escuros. Matisse adotou uma técnica à qual denominou papier découpe (papel recortado). Projetou e pintou figuras, recortou e as colou em pranchas. Começou com La Danse e La Musique e fechou esse círculo de papel e tesoura com um álbum contendo 23 pranchas, num total de 250 exemplares numerados e autografados pelo artista. O álbum chama-se Jazz . Jazz é um trabalho artesanal de Matisse. O tema ele escolheu sob a explicação de que jazz é uma música artesanal e assim deveria ser reproduzida. As pranchas mostram figuras humanas, desenhos e estrelas, asas, animais, figuras lembrando plantas do fundo do mar. Enfim, um universo muito amplo para a imaginação d

Cinema e Jazz: o som faz história

Ao final da década de 20, do século 20, o cinema era um sucesso mudo. Fora das salas de projeção , os sons do jazz entusiasmavam as pessoas nas ruas, bares, restaurantes, teatros, salões de jogos. Em 1927, Jerome Kern - um dos cinco maiores compositores populares dos EUA - leva à Broadway sua obra-prima Show Boat , texto e música são inspirados no cenário natural de Nova Orleans . O espetáculo de Kern reunia um magnífico conjunto de canções inesquecíveis: Why do I Love You , Make Believe , Bill , Can ´t Help Lovin ´ Dat Man e Old Man River , todas celebradas por vozes e instrumentalistas famosos. Nesse mesmo momento, o Cotton Club , no Harlem , recebia a orquestra de Duke Ellington . Criava-se a Columbia Broadcasting Systen , Carl Sandburg lançava The American Songbag e a Biblioteca do Congresso dos EUA iniciava seu célebre "Arquivo da Canção Folclórica Americana", no qual o jazz se tornaria parte fundamental. Em março deste mesmo ano é criada a Academia